ESTEL ESCONDE METALÚRGICOS EM GARAGEM DE ÔNIBUS PARA BURLAR PARALISAÇÃO

No segundo dia de greve, o Sindimetal-ES recebeu mensagens com pedidos de socorro. Eram os metalúrgicos que trabalham na Estel clamando ao Sindicato que os tirassem da situação absurda a qual a empresa os colocou: trancados na garagem dos ônibus que os transportam diariamente para os grandes complexos, onde prestam serviços.

Parece inacreditável, mas para impedir que os empregados participassem do movimento paredista por mais valorização e respeito, a empresa- cujo o dono é o presidente do Sindifer (Sindicato Patronal) – colocou os companheiros em uma condição inaceitável.

É claro que, ao receber os chamados, o Sindimetal-ES imediatamente foi até a garagem da empresa Martinele e constatou que, de fato, as denúncias dos metalúrgicos eram reais. Havia um grupo de trabalhadores trancados na garagem, a mando da Estel, esperando que o movimento dos metalúrgicos nas portarias dos complexos encerrasse para, só então, serem levados ao local de trabalho.

Essas atitudes antissindicais, desrespeitosas não são novidades. Mas, é muito triste saber que o dono da Estel, presidente do Sindifer, o mesmo que na semana passada estampava a capa de um jornal online com matéria contando a sua história de sucesso, mostrando o êxito que aquele pobre menino engraxate teve na vida e ainda o quanto trabalhou e lutou para hoje ser gestor de um investimento de cerca de R$ 600 milhões, não tenha o mínimo de apreço à luta dos seus empregados.

Infelizmente, sabemos que é muito provável que os metalúrgicos que trabalham na Estel não terão a mesma sorte que o ex-engraxate, mas é certo que todos eles dão duro, diariamente, trabalham muito para gerar os lucros da Estel e a riqueza do gestor e, hoje, estão apenas lutando para terem um mínimo de dignidade.