É GREVE! METALÚRGICOS QUE PRESTAM SERVIÇOS NO EJA CRUZAM OS BRAÇOS POR VALORIZAÇÃO

Revoltados com o descaso que acontece há tempos, os metalúrgicos que prestam serviços no Estaleiro Jurong Aracruz (EJA) reprovaram a proposta dos empresários e decidiram entrar em greve nesta segunda-feira (9). Os companheiros são desvalorizados em seu trabalho diário, tendo de conviver com os pisos salariais muito baixos, quando comparados com metalúrgicos de outras empresas do Brasil e até do Estado.
Os trabalhadores reivindicam reajuste de 10%, ficando como piso salarial: Almoxarife R$ 2.112,00, Instrumentista R$ 2.310,00, Tubista industrial R$ 2.310,00, técnicos e assistentes técnicos de R$ 3.200,00. Além disso, o pleito de R$ 500,00 no cartão-alimentação. E ainda que os dias parados, que começam a contar a partir de hoje, sejam abonados.
A Jurong paga o menor salário em nível nacional de empresas que fabricam plataformas, tanto para os empregados diretos, como para os que atuam nas empreiteiras, levando-se em consideração o Estado ou em nível nacional. Absurdo e desrespeito total.
Além disso, os metalúrgicos desempenham funções diferentes que exigem as mais variadas responsabilidades e que, obviamente, necessitam de remunerações diferentes, o que não é respeitado pela empresa. Outro problema é que não há reajuste para as empreiteiras quando os contratos com a Jurong são renovados, em alguns casos, pedem até descontos.
O Sindimetal-ES até obteve avanços para os metalúrgicos junto as terceirizadas, mas ainda não são o que merecem os companheiros. As empresas terceirizadas, por meio do Sindifer (Sindicato Patronal), propõem apenas reajuste no piso profissional da categoria de 5%, a contar de 1 de setembro deste ano, passando então o piso a R$ 1.770,59
Nos salários, a proposta das empresas seria de reajustar a partir de setembro em 5% todos os salários vigentes (exceto para os soldadores II e III) e, em novembro, já garantiriam 8%. Os trabalhadores que recebem hoje o valor de R$ 1.680,00, por exemplo, passariam a receber, no mínimo, R$ 1.912,00. As outras funções, que têm salários maiores que o piso, seguiriam a mesma regra de aumento.
Os empresários também propuseram reajuste no piso profissional da categoria de 5% já na próxima folha de pagamento e do tíquete-alimentação, que passaria dos atuais R$ 400,00 para R$ 420,00 e, em 1 de novembro iria para R$ 450,00. As empresas ainda querem que a categoria se comprometa a não fazer paralisações neste ano.
Por fim, caso resulte da negociação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de novembro 2021, valores e condições superiores a estes acordados, as empresas farão os reajustes de acordo com o fechamento da convenção.
O Sindimetal-ES espera que os empresários tenham o mínimo de sensibilidade e saibam dar o devido valor a quem impulsiona a empresa e gera seu lucro.