DESUMANO: PETROBRAS PRENDE DINHEIRO DE CONTRATO E DEIXA METALÚRGICOS E SUAS FAMÍLIAS DESAMPARADAS

Os metalúrgicos da Liga Engenharia, empresa que presta serviços na Petrobras, estão sofrendo com a falta de sensibilidade dos novos gestores daquela que é uma das maiores petrolíferas do mundo. A situação é tão precária que o abandono aos trabalhadores está tendo reflexos até na mesa dos companheiros. Sem receber seus salários, o auxílio-alimentação e a rescisão de contrato, os cerca de 100 trabalhadores, que durante meses deram duro para aumentar a produção da empresa, estão vendo faltar o alimento em suas casas e muitos estão dependendo de doações de cestas básicas para conseguir garantir o sustento às suas famílias.

O imbróglio envolvendo a Petrobras, a Liga e os trabalhadores se arrasta por meses. Em abril, os companheiros, já com os salários atrasados e sem receber os benefícios, realizaram uma greve reivindicando todos seus direitos. Na ocasião, a Liga alegou que a Petrobras não havia realizado o pagamento do contrato e que por isso não consiga pagar seus empregados.

Após muita pressão dos metalúrgicos e do Sindimetal-ES, na ocasião, a estatal pagou os salários e benefícios dos trabalhadores, mas continuou sem repassar à Liga o valor do contrato, o que gira em torno de R$ 2 milhões. Ou seja: o problema persistiu e os trabalhadores, diante de tanto descaso e sem pagamento, pediram rescisão indireta, o que foi concedido pelo juiz.

Entretanto, após a baixa na carteira de trabalho, feita em maio, os metalúrgicos seguem sem sequer ver a cor do dinheiro referente às verbas rescisórias há mais de três meses e isso, obviamente, tem sido um pesadelo para os companheiros, inclusive colocando-os sob o risco de perderem o seguro desemprego.

A falta de compromisso da Petrobras é tanta que nem a determinação da justiça fez com que a empresa resolvesse o problema. O juiz de São Mateus, após pedido do Sindimetal-ES, determinou que o pagamento do contrato fosse feito imediatamente, sob pena diária de R$ 2 mil por trabalhador em caso de atrasos, mas a diretoria da Petrobras acha que está acima da lei e ignorou a decisão judicial.

Desde que a nova diretoria assumiu a petrolífera, esses conflitos com as terceirizadas estão sendo corriqueiros. A Petrobras contrata qualquer empresa para pagar contratos baixos e na hora que o problema surge ela finge não ser com ela.

Infelizmente, isso somente confirma os efeitos devastadores da terceirização, que precariza a mão de obra, reduz salários e coloca os trabalhadores em risco.

Chega de penalizar os empregados para gerar riquezas para uma minoria.

Os trabalhadores merecem respeito, condições dignas de trabalho e valorização. Do contrário, o Brasil continuará andando na contramão do progresso.

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