INDÚSTRIA: METALÚRGICOS NÃO ACEITAM PROPOSTA COM REAJUSTE PARCELADO E SEM GANHO REAL

Os metalúrgicos reprovaram por unanimidade a proposta do Sindifer (Sindicato Patronal) para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2021/2022.

Além de tentar tirar direitos da CCT, os patrões apresentaram uma proposta com reajuste salarial de somente a inflação do período (INPC), mas que na realidade não recupera as perdas que os trabalhadores tiveram no ano, haja vista que serviços e produtos tiveram aumentos muito acima da inflação.

Os produtos alimentícios, por exemplo, tiveram cerca de 14% de alta nos preços nos últimos 12 meses até agosto. Só a carne vermelha registrou aumento de 30,5%, segundo a DataFolha. O combustível é outro exemplo. No acumulado do ano, até agosto, o aumento foi 41,3%. E ainda tem o gás de cozinha e a energia elétrica, que atingiram, respectivamente, 29,3% e 14,20%, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Diante da realidade, que todo trabalhador brasileiro está sentindo no bolso, a proposta do Sindifer é totalmente inviável e passa a ser desrespeitosa quando os patrões, para piorar, desejam parcelar o reajuste em duas vezes, sendo 40% a ser pago em novembro e 60% somente a partir de março do ano que vem. E o mesmo vale para o reajuste nas demais cláusulas econômicas.

O descontentamento dos metalúrgicos com a forma como o Sindifer está conduzindo a negociação salarial é grande e deu para sentida nas assembleias. Os trabalhadores, inclusive, já estão se mobilizando para cruzar os braços caso seja necessário. Para os companheiros, não haverá fechamento de convenção até que uma proposta com ganho real seja apresentada.

As assembleias aconteceram entre os dias 14 e 18 nas portarias de diversas empresas do Estado.