METALÚRGICOS DA JURONG REPROVAM PROPOSTA PARA RENOVAÇÃO DA CCT

Hoje, 26, pela manhã, o Sindimetal-ES reuniu os metalúrgicos que atuam no Estaleiro Jurong Aracruz (EJA) para apresentar e colocar em votação a primeira proposta patronal para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) do setor naval.
Longe de contemplar as reivindicações dos trabalhadores, a proposta foi rechaçada e a insatisfação dos companheiros com a falta de valorização por parte da bancada patronal ganhou ainda mais força.
A Jurong e o Sindifer – comissão negociadora dos patrões, tentam, mais um ano, enfiar goela-abaixo dos empregados um reajuste salarial escalonado, o que com toda razão não é bem visto pelos trabalhadores porque cria diferenciação entre a categoria e impede que alguns companheiros tenham avanços nos salários.
A proposta patronal é que quem recebe salário de até R$ 6.000,00 tenha reajuste de 5%. Já para os empregados com salários de R$ 6.000,01 até R$ 12.000,00, o reajuste seria de 3,4%. Os metalúrgicos com salários de R$ 12.000,01 até R$ 30.000,00 receberiam um valor fixo de R$ 120,00 e aqueles companheiros com salários acima de R$ 30.000,00, o valor fixo seria de R$ 60,00.
Além de não contemplar sequer a inflação do período, que atualmente está em 9,85 %, podendo ficar ainda maior nos próximos dias, a proposta estabelece um aumento vergonhoso de apenas R$ 20,00 no valor auxílio-alimentação, frente a uma alta anual de cerca de 20% nos valores dos produtos alimentícios.
Hoje, na Grande Vitória, uma cesta básica custa em média R$ 610,00, segundo levantamento do Dieese. Ou seja: com o proposto pela Jurong e Sindifer, o trabalhador não poderá comprar nem uma cesta básica.
Para piorar, a bancada patronal negou todas as demais reivindicações dos metalúrgicos, como a Participação nos Lucros e Resultados, redução no prazo de experiência, reajuste no valor das horas extras, adicional noturno de 60%, entre outros.
Além de reprovarem a proposta, os metalúrgicos afirmaram que estão dispostos a lutar por avanços e que, se preciso for, cruzarão os braços em protesto à falta de valorização.