METALÚRGICOS PROTESTAM CONTRA DESEMPREGO COM A IMPORTAÇÃO DE ÔNIBUS DA CHINA

Organizados pelo Sindimetal-ES, os metalúrgicos da Marcopolo fizeram um protesto em frente a unidade de São Mateus na manhã desta terça-feira (12), contra a compra de mais de 3 mil ônibus elétricos da China, o que vai gerar um aumento ainda maior do desemprego no país.

O ato é parte de uma ação conjunta dos sindicatos de todo o Brasil do setor automotivo e autopeças contra a ação irresponsável do governo federal.

A aquisição de forma abrupta, que equivale à metade da produção anual de todo o país, mostra mais uma vez que o Governo Bolsonaro é o inimigo dos trabalhadores. “É preciso que os ônibus continuem a ser fabricados no Brasil, valorizando a mão-de-obra brasileira e contribuindo para movimentar a economia”, afirmou o diretor do Sindimetal-ES, Roberto Pereira.

Para viabilizar a importação, o Conselho Internacional de Transporte Limpo e a Organização C40 Cities (rede com 96 das maiores cidades do mundo) pediram ao Governo bolsonarista a inclusão do ônibus elétrico na lista de exceções da chamada Tarifa Externa Comum do Mercosul. Assim, essas organizações querem retirar o imposto de importação que é de 35% e, consequentemente, zerar a tarifa.

“A postura do governo Bolsonaro despreza o trabalho dos companheiros brasileiros e, ao contrário de incentivar a criação de empregos – já que temos 12 milhões de desempregados no país –, vai gerar lá do outro lado do mundo. Se for concretizada a medida, a indústria nacional será fortemente abalada, prejudicando a produção, as empresas brasileiras e a cadeira produtiva como um todo”, destacou Roberto.

Segundo o diretor, o agravamento do desemprego chegará em um momento caótico que passa o país, que teve a maior inflação para meses de março desde 1994, com aceleração de 1,63%. É a maior taxa desde janeiro de 2003 (2,25%)! Mais um recorde negativo do governo de viés autoritário e voltado para atender às grandes corporações.

Os sindicatos reiteram a importância da redução das emissões de gases de efeito estufa e reconhecem a relevância das entidades proponentes, ICCT e C40, bem como do WRI Brasil enquanto apoiador da demanda. Reconhece ainda a urgência do tema e a necessidade de acelerar o processo de difusão dos ônibus elétricos no Brasil, mas não pela importação, e sim pelo seu desenvolvimento e fabricação em nosso país.

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